Para entender o que está em jogo, vamos lá:
1- Há algumas semanas, Fachin disse que Curitiba não era competente para julgar Lula, e anulou todas as condenações do ex-presidente, mandando os casos para Brasília.
2- Um desses casos estava pautado para o dia seguinte à decisão. Era a possível suspeição de Moro, que estava com pedido de vista.
3- Nesta quarta-feira, antes de entrar no mérito da decisão de Fachin, os ministros debateram se a afetação era possível. Por oito a três, passou-se pela questão.
4- No entanto, não se irá discutir a competência ou não de Curitiba. Mas o que está, verdadeiramente, em discussão é outra coisa: após a decisão de Fachin, reconhecendo a incompetência da 13ª vara de Curitiba, poderia a 2ª turma analisar a suspeição de Moro?
5- É a resposta ao ponto anterior que irá traçar uma linha divisória no Supremo.
6- Sintetizando, o que está em discussão, portanto, não é Luiz Inácio, e, sim, Sergio Fernando. Os que defendem este último dizem que o fazem em nome do espólio da Lava Jato, no combate à corrupção. Os que o acusam, por outro lado, lobrigam o político que agiu com interesses eleitorais, além de apontar para inúmeras ilegalidades na operação.
7- A consequência disso é que, mais uma vez, assim como se fez em 2018, o Judiciário se imiscuirá no jogo político eleitoral e a decisão de hoje (se acabar o julgamento) irá mais uma vez, bulir com as peças das próximas eleições presidenciais.
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